Sitcom
Ben entra (aplausos, vivas). Finalmente o ca... (piiiiii) do velho resolveu bater as botas (risos). Ainda me lembro das vezes que tive que ficar aqui com ele sozinho a mudar-lhe as fraldas. Como os putos, ó caneco. Se a vida não anda em círculos... (risos). Raio do velho incontinente, chato como à potassa: (Flashback) “Bennnn, a dentadura caiu-se na pia. Outra vez?! (risos)” (Fim do flashback). “Caiu-se na pia...”, tsk. Como se ele não fosse um velho desajeitado e a dentadura lhe saltasse da boca para dentro da pia por sua livre e espontânea vontade (risos). Betty entra (aplausos, vivas). Buuahhhhhh, o meu paizinho, o meu Daddy, bbuuahhhh. Sniff Sniff. Assoa-se a um lenço. Os homenzinhos da funerária já estiveram aqui, Ben. Deram-me cá uns arrepios. Um deles era mesmo estranho, aposto que pratica actos de necrofilia (risos). Bom já está tudo tratado, o funeral é amanhã... (fade out).
Ben, Ben, grita Betty com a voz esganiçada. Que foi agora?, pergunta Ben chateado por interromper a leitura do jornal desportivo...
O Daddy tem pulso?! Como é que o Daddy tem pulso se está MORTO (risos). E não me tinhas dito que já está tudo tratado? Estás a imaginar coisas. Sério, ele tem pulso, vem cá ver. Ben toma o pulso a Daddy: Eh pá, raio do velho, não é que parece que tem mesmo pulso. Ben, não trates assim o Daddy. Bom, vou já chamar a Fanny.
Betty reentra no quarto de Daddy com a irmã Fanny (aplausos, vivas). oohhh Daddy, chora Fanny, não viveu o suficiente para me ver casar. Casar?! Tu?! Quem é que iria para a cama com um paquiderme como tu?, pergunta Ben, só se o Daddy pagasse a algum gajo um salário mensal chorudo, mas com a miséria de pensão que ele tinha... nem dava para as fraldas (risos). Bennnn, Betty dá-lhe uma palmada. Deixa estar Betty. Não preciso de homens como tu Ben, o meu dildo chega-me bem (risos). Fannyyy?!, exclama Betty. Bom Fanny, eu e o Ben sentimos o pulso ao Daddy. Não pode ser. Como pode ser Betty, se já está tudo tratado? Mas sentimos-lhe o pulso, Fanny. Vê por ti própria. Sentes alguma coisa? Nãaoooo... pera aí... Sim... estou a sentir alguma coisa. Vês, vês Ben, algo se passa. Teddy, filho, vem cá, depressa. Entra Teddy desconfortável (aplausos). Vem sentir o pulso ao vovó. Para quê? Ele parece morto que nem uma pedra. Além disso, já não está tudo tratado? É o teu avó, faz-lhe esse último favor, e lembra-te que ele gostava muito de ti. Claro, claro, tinha cá uma maneira de o mostrar, sempre a dar-me com a bengala na cabeça enquanto me chamava esgrouviado (risos). VÁ LÁ, dizem Ben e Betty em uníssono. Eu não vou tocar-lhe, nem pensar, diz Teddy repugnado, ainda posso apanhar uma doença ou alguma coisa do género. Ben: os mortos não apanham doenças idiota (risos).
Uuhhhhhh uhhhhhh oláaaaaaaa, a vizinha Trisha entra (aplausos). Não é um bocadinho inconveniente estarem todos aqui no quarto enquanto o Daddy dorme a sesta? O Daddy faleceu esta manhã, Trisha, buaaahhh. Ohhhh meu Deus, Betty... Então é por isso que ele está deitado de fato e gravata. Duuuhhh, diz Ben (risos).
Betty: Trisha, vê se consegues sentir o pulso do Daddy. Trisha: eu pensava que os mortos não tinham pulso. Vocês estão a tentar ver se ele está em forma para a vida depois da morte? Ben: Trisha, o que é tu foste na tua vida anterior? uma galinha? Sinceramente, acho que Deus ou o Buda ou lá o que é se esqueceu de trocar os cérebros à nascença. Bennnnnn, Betty volta a dar-lhe uma palmada. Trisha: Ohhhh, meu Deus, Betty, acho que tens razão... estou a sentir qualquer coisa... E o pior de tudo Trisha é que já está tudo tratado (risos).
Betty grita mais uma vez: Ruffy?! Ruffy anda cá, vem sentir o pulso ao Daddy. Ben: o Ruffy consegue lá sentir o pulso das pessoas. Ele é um cão, valha-me Deus (risos). Ohhh Ben, sabes bem que o Ruffy adora o Daddy. Se ele sentir alguma coisa ele vai ladrar, não é fofinho? (Ruffy lambe a boca da dona). Auf, Auf. Vês ele está a sentir alguma coisa. Algo se passa aqui, temos de telefonar já para um número de emergência.
A família inteira encosta-se ao telefone: Dói, Dói , Trim, Trim, Boa tarde. Responde Betty: Alô?! O meu paizinho faleceu e... Faleceu? Oiça, isto é uma linha de emergência... para os vivos... (risos). Betty: Mas ele está com pulso... E ainda por cima com tudo tratado (risos). Responde a operadora: O seu pai? Está morto? E tem pulso? Oiça, esta linha é demasiado preciosa para se perder tempo com brincadeiras (risos). Não desligue, isto não é brincadeira nenhuma. Operadora a perder a paciência: bom, olhe, mesmo que não seja uma brincadeira, eu nem devia estar a atendê-la, isto é uma linha de emergência PEDIÁTRICA (risos), é o que diz nas páginas amarelas. Talvez seja melhor telefonar para outro número de emergência. Grita Betty: mas isto é uma emergência bolas. Oiça, tenha calma. O que pode ter acontecido é que a senhora tenha sentido o seu próprio pulso, é o cenário mais plausível. Mas, toda a gente cá em casa viu com os próprios olhos que a terra há-de comer que o paizinho tem pulso, até o Ruffy sentiu-lhe o pulso, não foi querido? Auf, Auf. Mas o médico já não foi aí a casa verificar o óbito do seu pai? Sim, o médico já cá veio e passou a certificação de óbito. Cá entre nós, pareceu-me cheirar um bocadinho a álcool (risos). Ben acotovela a mulher: Diz-lhe que já está tudo tratado. Os homens da agência funerária também já cá vieram. Gente muito esquisita, sabe como é. Já está tudo TRATADO, minha senhora (risos). Operadora: mas se acha que o seu pai tem pulso, não seria melhor chamar outra vez o médico para confirmar? Ó minha senhora, como é que me diz para chamar o médico outra vez? Agora?! quando já está tudo tratado?! (risos, gargalhadas, aplausos, vivas, cheers, a moche, a loucura) (Créditos finais).
P.S.: Baseado em acontecimentos verídicos passados em Portugal.
Ben, Ben, grita Betty com a voz esganiçada. Que foi agora?, pergunta Ben chateado por interromper a leitura do jornal desportivo...
O Daddy tem pulso?! Como é que o Daddy tem pulso se está MORTO (risos). E não me tinhas dito que já está tudo tratado? Estás a imaginar coisas. Sério, ele tem pulso, vem cá ver. Ben toma o pulso a Daddy: Eh pá, raio do velho, não é que parece que tem mesmo pulso. Ben, não trates assim o Daddy. Bom, vou já chamar a Fanny.
Betty reentra no quarto de Daddy com a irmã Fanny (aplausos, vivas). oohhh Daddy, chora Fanny, não viveu o suficiente para me ver casar. Casar?! Tu?! Quem é que iria para a cama com um paquiderme como tu?, pergunta Ben, só se o Daddy pagasse a algum gajo um salário mensal chorudo, mas com a miséria de pensão que ele tinha... nem dava para as fraldas (risos). Bennnn, Betty dá-lhe uma palmada. Deixa estar Betty. Não preciso de homens como tu Ben, o meu dildo chega-me bem (risos). Fannyyy?!, exclama Betty. Bom Fanny, eu e o Ben sentimos o pulso ao Daddy. Não pode ser. Como pode ser Betty, se já está tudo tratado? Mas sentimos-lhe o pulso, Fanny. Vê por ti própria. Sentes alguma coisa? Nãaoooo... pera aí... Sim... estou a sentir alguma coisa. Vês, vês Ben, algo se passa. Teddy, filho, vem cá, depressa. Entra Teddy desconfortável (aplausos). Vem sentir o pulso ao vovó. Para quê? Ele parece morto que nem uma pedra. Além disso, já não está tudo tratado? É o teu avó, faz-lhe esse último favor, e lembra-te que ele gostava muito de ti. Claro, claro, tinha cá uma maneira de o mostrar, sempre a dar-me com a bengala na cabeça enquanto me chamava esgrouviado (risos). VÁ LÁ, dizem Ben e Betty em uníssono. Eu não vou tocar-lhe, nem pensar, diz Teddy repugnado, ainda posso apanhar uma doença ou alguma coisa do género. Ben: os mortos não apanham doenças idiota (risos).
Uuhhhhhh uhhhhhh oláaaaaaaa, a vizinha Trisha entra (aplausos). Não é um bocadinho inconveniente estarem todos aqui no quarto enquanto o Daddy dorme a sesta? O Daddy faleceu esta manhã, Trisha, buaaahhh. Ohhhh meu Deus, Betty... Então é por isso que ele está deitado de fato e gravata. Duuuhhh, diz Ben (risos).
Betty: Trisha, vê se consegues sentir o pulso do Daddy. Trisha: eu pensava que os mortos não tinham pulso. Vocês estão a tentar ver se ele está em forma para a vida depois da morte? Ben: Trisha, o que é tu foste na tua vida anterior? uma galinha? Sinceramente, acho que Deus ou o Buda ou lá o que é se esqueceu de trocar os cérebros à nascença. Bennnnnn, Betty volta a dar-lhe uma palmada. Trisha: Ohhhh, meu Deus, Betty, acho que tens razão... estou a sentir qualquer coisa... E o pior de tudo Trisha é que já está tudo tratado (risos).
Betty grita mais uma vez: Ruffy?! Ruffy anda cá, vem sentir o pulso ao Daddy. Ben: o Ruffy consegue lá sentir o pulso das pessoas. Ele é um cão, valha-me Deus (risos). Ohhh Ben, sabes bem que o Ruffy adora o Daddy. Se ele sentir alguma coisa ele vai ladrar, não é fofinho? (Ruffy lambe a boca da dona). Auf, Auf. Vês ele está a sentir alguma coisa. Algo se passa aqui, temos de telefonar já para um número de emergência.
A família inteira encosta-se ao telefone: Dói, Dói , Trim, Trim, Boa tarde. Responde Betty: Alô?! O meu paizinho faleceu e... Faleceu? Oiça, isto é uma linha de emergência... para os vivos... (risos). Betty: Mas ele está com pulso... E ainda por cima com tudo tratado (risos). Responde a operadora: O seu pai? Está morto? E tem pulso? Oiça, esta linha é demasiado preciosa para se perder tempo com brincadeiras (risos). Não desligue, isto não é brincadeira nenhuma. Operadora a perder a paciência: bom, olhe, mesmo que não seja uma brincadeira, eu nem devia estar a atendê-la, isto é uma linha de emergência PEDIÁTRICA (risos), é o que diz nas páginas amarelas. Talvez seja melhor telefonar para outro número de emergência. Grita Betty: mas isto é uma emergência bolas. Oiça, tenha calma. O que pode ter acontecido é que a senhora tenha sentido o seu próprio pulso, é o cenário mais plausível. Mas, toda a gente cá em casa viu com os próprios olhos que a terra há-de comer que o paizinho tem pulso, até o Ruffy sentiu-lhe o pulso, não foi querido? Auf, Auf. Mas o médico já não foi aí a casa verificar o óbito do seu pai? Sim, o médico já cá veio e passou a certificação de óbito. Cá entre nós, pareceu-me cheirar um bocadinho a álcool (risos). Ben acotovela a mulher: Diz-lhe que já está tudo tratado. Os homens da agência funerária também já cá vieram. Gente muito esquisita, sabe como é. Já está tudo TRATADO, minha senhora (risos). Operadora: mas se acha que o seu pai tem pulso, não seria melhor chamar outra vez o médico para confirmar? Ó minha senhora, como é que me diz para chamar o médico outra vez? Agora?! quando já está tudo tratado?! (risos, gargalhadas, aplausos, vivas, cheers, a moche, a loucura) (Créditos finais).
P.S.: Baseado em acontecimentos verídicos passados em Portugal.