domingo, agosto 26, 2007

Biografia

Relembro o videoclip "Bacholorete" de Bjork onde aparece um livro que se escreve à medida que se lê e vejo ali uma excelente metáfora para a construção da nossa identidade e da nossa história vivida.
A corrente da vida é uma construção constante da narrativa, a nossa vida é uma história com o seu quê de literário. Somos escritores de nós próprios e cada pessoa é um livro em potência, ou melhor dizendo, vários. Escolhemos a sucessão dos factos.
Podemos dizer, Churchill cumprimento Stalin mas podemos re-escrever: Churchill, depois de secretamente ter emolado a ferramenta na casa de banho e ter espirrado três vezes no conhaque de Einsenhower, cumprimentou Stalin...
Verdadeiramente, para nós próprios, não somos os nossos actos, somos o que nos impressionou, o que nos preencheu naquele momento, que nos tornou de certa forma verdadeiramente conscientes daquele aqui e agora. Qualquer estória pessoal é assim tão vaga e ambigua como a estória da nossa própria identidade... É um livro cujas páginas flutuam...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"cada um de nós é um escritor em potência"...

A vida de cada um é composta por várias páginas de número não definido... Cabe a nós, pelo nosso próprio punho, escrever e colorir as estórias que dele farão parte... Cinzentas, tristes, alegres, cómicas, trágicas,apaixonadas, surpreendentes, misteriosas, inquietantes (...) Devemos ter sempre presente que temos o enorme poder de escrever cada linha do nosso livro: a nossa vida de que somos principais protagonistas... Agarrar o momento com ambas as mãos e abrir um novo capítulo... Deixar que cada página flutue em àguas ora mansas, ora conturbadas mas sempre com a certeza que cada uma será preenchida de forma obestinada... ;) Bjs.

12:13 da manhã  
Blogger blindness said...

A nossa biografia não é mais do que uma certa forma de nos lembrarmos de certas coisas. Escrita, reescrita, construída e reconstruída, até pouco mais restar de factual. Talvez por isso sejam as nossas ambiguidades que mais nos definem: apenas elas são elementos correctos dessa narrativa biográfica.

Abraço. ;)

12:51 da tarde  
Blogger NoSurprises said...

Somos escritores de nós próprios,decididamente!!! E escrevemos como nos vemos e não como nos vêm, sendo que as vezes contruimos uma visão muito deturpada de nós próprios...Muito mais ficcionada do que a que outros fazem de nós..
Abraço

4:16 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home