sexta-feira, julho 07, 2006

Eterno estranho

…a memória é um peso morto…
…se a vida fosse um eterno e fresco começar de novo…
…um remoinho constante, um fogo arejado de sentimentos iniciais, libertos da corrupção das coisas sedimentadas…
…gostaria de ser um eterno estranho, que perdeu algures o passado, para quem o momento inicial e cristalino em que toquei na tua alma pairasse suspenso por entre o tempo……desejava que fossemos sempre um para o outro, dois estranhos que ao se conhecerem se desconhecem infinitamente...

6 Comments:

Blogger blindness said...

Embora nem sempre assim seja, acredito que passado e memória são, na maior parte dos casos, coisas distintas. O passado, ao contrário da memória, não pode ser reconstruído. Não nos é dada a possibilidade de o refazer, de o resignificar... de o modificar. A memória é maleável. Adapta-se às nossas exigências, às nossas fraquezas. Constrói-se na nossa vontade, mesmo que inconsciente. É selectiva. Escolhe-se a si própria, faz-se a si própria. Sedimenta as coisas que vivemos, sedimenta também aquelas que não nos pertencem. Assume um carácter difuso, diria mesmo simulado. Quase como se de um "conto" se tratasse e onde a verdade não é importante. Apenas o sentido. Apenas a moral da estória. Não apenas para nós próprios, mas também para os outros. Sobretudo para eles.

Não sei se gostaria de "perder algures o passado", mas dias há em que gostava de não me lembrar de certas e determinadas memórias. Sobretudo hoje.

3:13 da tarde  
Blogger faceless said...

sr. blindness, gostei do seu comentário. Também concordo com a distinção de passado e memória e que melhor filme para o demonstrar que o meu querido "memento". A memória é de facto uma construção mas claro, para a maior parte das pessoas acredito que não seja completamente arbitrária sendo sempre construída através de elementos do passado. Digamos que o passado tem elementos com que cozinhamos a memória, mas ela é de facto falível e induz-nos muitas vezes em "erro". Seja como for o passado e a memória têm o seu peso, é esse o ponto que quero focar, que é muitas vezes o peso do irreversível e do irrepetível... abraço sr. blindness

2:42 da tarde  
Blogger Patrícia Evans said...

irreversível, irrepetível...e ainda bem...:)

1:08 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Curioso...isso é quase a definição do que seria viver na cosntante busca e descoberta!! Seria sempre tudo novo,fresco cheio de adrenalina...uma espécie de elixir da Juventude.Sábias Palavras.
Beijo
Natt*

5:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Uma conjugação de palavras, escolhida requintadamente. Um simples desabafar de desejos emocionais, sem defesas. Um toque subtil de romantismo, um divagar de mistério. Os meus parabéns.

Ana Pires

5:09 da tarde  
Blogger passarola said...

ah..a amnésia..as relações sempre como os primeiros dias.. só tinha um problema.. para onde é que elas iam?

11:21 da tarde  

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